O exame a fresco de fezes, também conhecido como exame direto a fresco ou pesquisa direta de protozoários, é um tipo de exame parasitológico que analisa as fezes logo após a coleta, sem a adição de conservantes.
Qual sua utilidade?
A principal utilidade desse exame é a detecção de protozoários em sua forma ativa (trofozoítos), que são mais facilmente visualizados quando o material está “fresco”, ou seja, recém-eliminado. Esses trofozoítos são formas mais frágeis de parasitas e perdem sua motilidade (movimento) e características em contato com o ar e com o tempo.
Ele é especialmente útil para:
- Diagnóstico de infecções por protozoários: Como a Giardia lamblia e Entamoeba histolytica, que podem causar diarreia e outros sintomas gastrointestinais.
- Identificação de parasitas em fezes diarreicas: Nessas situações, os trofozoítos são mais prováveis de serem encontrados.
- Avaliação da motilidade dos parasitas: A observação do movimento dos trofozoítos ajuda na identificação e diferenciação de espécies.
Como deve ser feito?
Para que o exame a fresco de fezes seja eficaz, a coleta e o transporte da amostra são cruciais:
- Coleta da amostra:
- As fezes devem ser coletadas em um recipiente limpo e seco, fornecido pelos Laboratórios Duclin.
- É fundamental que a amostra não seja contaminada com urina, água do vaso sanitário ou outros elementos.
- Se houver muco, pus ou sangue nas fezes, é importante coletar essas porções, pois podem conter mais parasitas.
- Não é recomendado o uso de laxantes ou supositórios antes da coleta, a menos que haja orientação médica específica.
- Rapidez no transporte:
- A característica “a fresco” significa que o material deve ser analisado rapidamente após a coleta, idealmente em até 30 minutos.
- Alguns laboratórios permitem que a amostra seja refrigerada por um período curto (até 12-24 horas), mas a análise imediata é sempre preferível para a visualização de trofozoítos.
- No laboratório:
- Uma pequena porção das fezes é misturada com uma solução salina e examinado em uma lâmina de microscópio.
- Essa lâmina é então observada sob o microscópio para identificar a presença e a motilidade de trofozoítos, cistos, ovos e larvas de parasitas.
É importante ressaltar que, devido à sensibilidade dos trofozoítos, em alguns casos, pode ser necessário coletar múltiplas amostras em dias alternados para aumentar a chance de detecção, ou o médico pode solicitar outros métodos parasitológicos que usam conservantes para uma análise mais completa.
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Quando o exame de fezes é indicado?
O médico pode solicitar um exame de fezes se você apresentar sintomas como:
- Diarreia persistente: Se a diarreia durar mais de alguns dias, o exame pode ajudar a identificar a causa, como infecções bacterianas, virais ou parasitárias.
- Dor abdominal ou cólicas: Especialmente se forem persistentes ou acompanhadas de outros sintomas gastrointestinais.
- Sangramento retal: Mesmo que não seja visível a olho nu, o exame de sangue oculto nas fezes pode detectar pequenas quantidades de sangue, indicando problemas como hemorroidas, fissuras anais, úlceras ou, em casos mais graves, câncer colorretal.
- Constipação persistente: Para investigar possíveis causas e descartar condições subjacentes.
- Perda de peso inexplicável: Problemas de má absorção de nutrientes podem ser identificados através do exame de fezes.
- Náuseas ou vômitos persistentes: Se durarem dias, podem indicar uma infecção gastrointestinal.
- Suspeita de infecções: Em casos de suspeita de verminoses, infecções por bactérias (como Salmonella, Shigella, E. coli) ou vírus (como rotavírus e adenovírus).
- Monitoramento de doenças crônicas: Para acompanhar o estado de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e a colite ulcerativa, ou a Síndrome do Intestino Irritável.
- Rastreamento de câncer colorretal: Em pessoas acima de 50 anos ou com histórico familiar de câncer de intestino, a pesquisa de sangue oculto nas fezes é um método de triagem.
O que o exame de fezes pode detectar?
Existem diferentes tipos de exames de fezes, e cada um investiga aspectos específicos:
- Exame Parasitológico de Fezes (EPF): Detecta a presença de parasitas intestinais, seus ovos ou larvas, que causam verminoses (como giardíase, ascaridíase, esquistossomose).
- Cultura de Fezes (Coprocultura): Identifica bactérias patogênicas que podem estar causando infecções gastrointestinais.
- Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF): Detecta pequenas quantidades de sangue invisíveis a olho nu, que podem indicar sangramentos no trato gastrointestinal.
- Pesquisa de Gordura nas Fezes: Avalia a absorção de gordura, podendo indicar problemas digestivos ou pancreáticos.
- Pesquisa de Vírus (como Rotavírus e Adenovírus): Diagnostica infecções virais que causam gastroenterites.
- Calprotectina Fecal: Indica inflamação no intestino, sendo útil no diagnóstico e monitoramento de doenças inflamatórias intestinais.
- Elastase Pancreática Fecal: Avalia a função do pâncreas.
É fundamental que a solicitação e a interpretação do exame de fezes sejam feitas por um médico, que levará em conta seus sintomas, histórico e outros fatores para um diagnóstico preciso e o tratamento adequado.